Taquicardias Ventriculares: quando indicar a ablação

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As Taquicardias Ventriculares formam o grupo das arritmias que provocam a maior parte das mortes súbitas registradas na cardiologia. Estas doenças podem atingir pessoas com o coração saudável. No entanto, são mais comuns em pacientes que já tenham sofrido algum problema cardíaco, como infartos, corações dilatados e miocardites. O procedimento de Ablação, junto com implante de Cardiodesfibrilador Implantável (CDI), é hoje a forma mais segura de tratar esses casos.

Além de atingir as câmaras da parte de baixo do coração, outra diferença fundamental das Taquicardias Ventriculares para as Supra-ventriculares é, em geral, as condições biológicas dos pacientes. Por conta dos problemas causados pelas doenças anteriores, as pessoas nessa situação toleram mal qualquer mudança no ritmo dos ventrículos. E, por conta disso, as taquicardias ventriculares costumam manifestar-se de forma dramática.

Pacientes em crise frequentemente desmaiam por causa da queda da pressão do sangue provocada pelos batimentos cardíacos acelerados. E isso aumenta em muito a chance de morte súbita. Quando as Taquicardias Ventriculares degeneram-se em Fibrilação Ventricular, os músculos do coração simplesmente param de bombear sangue e começam a “tremular”. O fornecimento de oxigênio para o organismo para e, se o paciente não receber um choque, morrerá em consequência dessa arritmia.

Pessoas em crise de Taquicardia Ventricular devem ser encaminhadas imediatamente ao hospital. Lá, os médicos poderão reverter o quadro com desfibriladores, cardioversão e medicamentos.  

Qual o melhor tratamento?

Os episódios de Taquicardias Ventriculares, quando não são fatais,  fazem com que a situação do paciente piore progressivamente. Isso decorre da maior probabilidade de novas crises de arritmia e do maior risco de insuficiência cardíaca. Por isso, quando antes o doente for encaminhado para tratamento, melhor. E a Ablação, sem dúvidas, deve fazer parte dos procedimentos a serem considerados no tratamento dessa arritmia. Junto ao uso do Cardiodesfibrilador Implantável, a situação dessas pessoas torna-se bastante segura.

Em pacientes com taquicardia ventricular que NÃO possuem doenças associadas, a Ablação é mais eficaz do que os remédios. Ela é realizada através das veias da virilha, sem cortes no peito, pela introdução de cateteres especiais. Eles chegam até o coração e cauterizam, por radiofrequência, as células que estão provocando a arritmia. Os pacientes podem ter alta 24 horas depois da Ablação e retornar ao trabalho em uma semana. Passam a ter uma vida praticamente normal, sem os riscos dos efeitos colaterais das drogas antiarrítmicas.  

Os efeitos colaterais das drogas antiarrítmicas são normalmente associados à dosagem e ao período de exposição do paciente à elas. Quanto mais tempo uma pessoa tomar esse tipo de medicamento, mais sujeita estará aos riscos. Inclusive, riscos de uma nova arritmia, mais grave. A Amiodarona, uma das drogas antiarrítmicas mais comuns, pode causar danos à tireóide, fígado e aos pulmões, por exemplo.

Tratamento para Pacientes com Doenças Associadas

Esses são os casos mais graves, em que as medidas tomadas visam reduzir o número de episódios de Taquicardias Ventriculares e combatê-las imediatamente caso alguma venha a acontecer. Por causa da imprevisibilidade, da recorrência e dos riscos, mais do que nunca, o tratamento indicado para pessoas que têm Taquicardias Ventriculares Associadas à outras doenças envolve o implante de um Cardiodesfibrilador Implantável (CDI) juntamente com a Ablação.

O CDI é um aparelho parecido com um marcapasso. Ele é do tamanho de um relógio de bolso e pesa cerca de 70 gramas. Possui um computador, uma bateria, uma caixa de titânio e alguns eletrodos. É instalado sob a pele, logo abaixo da clavícula esquerda. De lá, partem alguns fios muito finos, com eletrodos que chegam ao coração através das veias. São eles que alimentam o aparelho com informações. É através deles que o desfibrilador aplica descargas elétricas sempre que um episódio de taquicardia é identificado.

Importante: Devemos frisar que, mesmo prevenindo a morte súbita, toda vez que o Cardiodesfibrilador Implantável (CDI) entra em ação e aplica um choque no músculo cardíaco, as condições de saúde do paciente correm sérios riscos de piorar. Os choques dos CDI podem agravar a doença de base (coração dilatado, infarto, pressão alta). Para evitar isso, a Ablação é fundamental.

A Ablação sozinha não consegue prevenir o risco de morte súbita nos casos de taquicardias ventriculares em pacientes com doenças cardíacas. A cauterização de células eletricamente irregulares, entretanto, reduz significativamente o número de episódios de taquicardia. Sendo assim, diminui o número de vezes que o CDI precisa atuar, tornando o tratamento mais seguro.

Em resumo: com a Ablação, o paciente sofre menos choques do Cardiodesfibrilador Implantável e as doenças de base, que provocaram o aparecimento das Taquicardias Ventriculares, podem ser melhor controladas. Os ganhos de qualidade de vida são inestimáveis.

Para saber mais detalhes, converse com um Cardiologista Eletrofisiologista. Nós, da Clínica Ritmo, estamos a sua disposição.

Confira também o material educativo que preparamos sobre Tipos e Tratamentos de Taquicardias. O conteúdo é gratuito e está disponível para download:

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