Percutaneous Pericardial Interventions novo Guia Prático por Dr. André D’Ávila

Percutaneous Pericardial Interventions Capa do Novo Guia lançado por Dr. André D'Ávila

O livro Percutaneous Pericardial Interventions (Guia Prático sobre Intervenção Coronariana Percutanea) editado e publicado po Cardiotext, representa um exemplo perfeito de trabalho em grupo, onde a combinação das características individuais de cada um dos envolvidos culminou na criação de uma técnica nova para a realização de mapeamento e ablação de diferentes formas de arritmias cardíacas. Único na área de Eletrofisiologia Cardíaca, o livro será publicado 25 anos após a descrição original da técnica de punção do espaço pericárdico sem a presença de derrame, concebida, realizada e aprimorada pelo Grupo de Arritmias do Instituto do Coração (InCor) da Universidade de São Paulo em 1995.

Percutaneous Pericardial Interventions - Guia Prático sobre Intervenção Coronariana Percutanea

A partir da publicação original, em 1996, o uso da abordagem pericárdica foi gradativamente crescendo, sendo hoje utilizada em todo o mundo, em diversos subgrupos de pacientes. Após mais de 2000 artigos sobre o tema na literatura medica especializada, a publicação deste livro, que resume a experiência de inúmeros pesquisadores do mundo inteiro incluindo o Dr. André D’ávila, diretor da Equipe Médica na Clínica Ritmo, constituirá por certo, uma referência na área de eletrofisiologia cardíaca para as novas gerações. Muitos pacientes já foram tratados com essa abordagem em todo o mundo e no Hospital SOS Cardio.

Prefácio completo da Edição Catarinense

O livro Percutaneous Pericardial Interventions representa um exemplo perfeito de trabalho em grupo, onde a combinação das características individuais de cada um dos envolvidos culminou na criação de uma técnica nova para a realização de mapeamento e ablação de diferentes formas de arritmias cardíacas. Único na área de Eletrofisiologia Cardíaca, o livro será publicado 25 anos após a descrição original da técnica de punção do espaço pericárdico sem a presença de derrame, concebida, realizada e aprimorada pelo Grupo de Arritmias do Instituto do Coração (InCor) da Universidade de São Paulo em 1995. A partir da publicação original, em 1996, o uso da abordagem pericárdica foi gradativamente crescendo, sendo hoje utilizada em todo o mundo, em diversos subgrupos de pacientes.

O interesse inicial surgiu da frustração, consequente à impossibilidade de realizar a ablação endocárdica dos pacientes chagásicos com taquicardia ventricular (TV) sustentada. O Dr. André d’Avila, durante sua formação na Bélgica, no Serviço do Dr. Pedro Brugada, deparou-se com os trabalhos dos Doutores Robert H. Svenson e Laszlo Littmann. Esses autores demonstraram claramente que os circuitos epicárdicos predominavam em pacientes isquêmicos que haviam sofrido infarto agudo do miocárdio das coronárias direita e circunflexa. Nesses casos, a ressecção cirúrgica endocárdica não obtinha êxito nos pacientes e a TV recorria. Para solucionar o problema, era necessário realizar a ablação epicárdica com laser durante a cirurgia cardíaca com tórax aberto. A dedução era atraente: como a parede inferior predomina como local de origem da TV chagásica em mais de 85% dos casos, a falha do tratamento da ablação endocárdica por cateter, até àquele momento, poderia se justificar por tratarem-se de circuitos epicárdicos. O Dr. Eduardo Sosa, chefe do serviço de arritmias do InCor, já havia registrado potencias elétricos sugestivos da presença de cicatriz através de cateter inserido no seio coronariano, uma estrutura epicárdica, em alguns casos de ablação endocárdica, e ficou entusiasmado em explorar essa hipótese.

Após essa hipótese inicial, foram realizadas inúmeras tentativas de mapeamento epicárdico durante cirurgia cardíaca, a céu aberto ou durante procedimentos de toracoscopia, mas todos fora da sala de eletrofisiologia, o que dificultava sobremaneira a interpretação dos dados colhidos. Atento à ideia e ciente da frustração até aquele momento, o Dr. Piccione, anestesiologista do Grupo de Arritmias do InCor, sugeriu que talvez fosse possível realizar com segurança uma punção epicárdica, sem a presença de derrame pericárdico, utilizando-se uma agulha de Touhy, originalmente criada para facilitar o acesso ao espaço peridural, virtual tal como o espaço pericárdico. Animado com a possibilidade e confiante em toda a sua experiência como Eletrofisiologista, o Dr. Mauricio Scanavacca, co-diretor do Serviço do Incor, realizou o primeiro procedimento de mapeamento epicárdico no laboratório de eletrofisiologia, inaugurando uma nova era na especialidade. A partir daí, inúmeras aplicações foram descritas para a técnica original, que permanece praticamente a mesma desde a sua descrição inicial.

De todos os editores e autores, conheço melhor o Dr. André d’Avila, a quem acompanho desde os tempos de estudante de medicina, na Universidade Federal de Santa Catarina, em 1982. Sempre meticuloso e persistente, tentando entender o mecanismo fisiopatológico das doenças, não me surpreende que sua carreira acadêmica culmine agora numa publicação deste porte. Após mais de 2000 artigos sobre o tema, a publicação do Guia  Percutaneous Pericardial Interventions, que resume a experiência de inúmeros pesquisadores do mundo inteiro, constituirá, por certo, uma referência na área de eletrofisiologia cardíaca para as novas gerações. Muitos pacientes já foram tratados com essa abordagem, desde a sua descrição, que se tornou obrigatória em pacientes chagásicos com TV sustentada, sendo, atualmente, rotineiramente utilizada no Hospital SOS Cardio, em Santa Catarina.

—Dr. Jamil Cherem Schneider Diretor Clinico – Hospital SOS Cardio Florianopolis, SC