O estudo eletrofisiológico é um procedimento realizado rotineiramente há mais de 20 anos, através da introdução de cateteres (tubos flexíveis especiais) em locais específicos do coração para avaliar o funcionamento do sistema elétrico cardíaco.
Antes de falarmos sobre o procedimento em si, é preciso explicar o que é o sistema elétrico do coração e como ele funciona.
O coração tem seu próprio “marcapasso natural”, chamado nó sinusal ou nó sinoatrial. Ele envia impulsos elétricos regulares, que viajam através de “caminhos elétricos” dentro do coração fazendo com que os ventrículos (as duas câmaras inferiores do coração) façam o bombeamento do sangue do coração para os pulmões e para o resto do corpo, fazendo o sangue circular por todo o organismo.
Um coração adulto normalmente tem um batimento cardíaco regular, entre 60 e 100 batimentos por minuto em repouso. Quando em exercício, os batimentos sobem a uma taxa maior, dependendo da sua idade e condicionamento físico.
Em algumas situações, o sistema elétrico encontra-se alterado por um “curto-circuito” que pode produzir taquicardias ou batimentos rápidos (palpitações, “batedeira”), acompanhados tonturas (pré-síncopes), desmaios (síncopes), cansaço, respiração curta, dor ou opressão no peito.
Tipos de Taquicardias
- – Taquicardias supraventriculares são ritmos rápidos, geralmente com mais de 120 batimentos por minuto, e são conhecidas como: Fibrilação atrial, Flutter atrial, Taquicardias atriais, Taquicardias nodais, Taquicardias atrioventriculares por vias anômalas (Síndrome de Wolff-Parkinson-White).
- – Taquicardias Ventriculares são também ritmos rápidos, que se originam nos ventrículos, e são, geralmente, mais perigosas que as taquicardias supraventriculares.
Tipos de Bradicardias
- – Disfunção do nó sinusal é uma doença do nó sinusal que acomete o marcapasso principal do coração, levando à diminuição do número de estímulos ou mesmo à falta de ritmo cardíaco.
- – Bloqueio atrioventricular é um distúrbio parcial ou total de condução elétrica que leva à interrupção do estímulo elétrico, resultando na diminuição dos batimentos cardíacos e, às vezes, na necessidade do implante de marcapasso definitivo.
Para que serve o estudo eletrofisiológico?
É um método diagnóstico que tem várias finalidades:
- – Descobrir as causas de síncopes (desmaios), pré-síncopes (tonturas) e palpitações (“batedeira”);
- – Esclarecer o mecanismo e o foco das arritmias;
- – Avaliar o risco de morte súbita em alguns tipos de arritmia;
- – Avaliar o funcionamento do cardioversor-desfibrilador implantável
Como fica a medicação?
Alguns remédios deverão ser suspensos dias antes do procedimento. Você será informado com antecedência sobre a suspensão ou não dos medicamentos.
Prepare-se para o exame
- – Você precisa ter lido e assinado o consentimento informado que explica quais os riscos do procedimento que será feita no – seu caso. Tire todas as dúvidas antes procedimento!
- – Você precisará estar em jejum absoluto de 6 (seis) horas;
- – No hospital, será feita a depilação na região da virilha direita e esquerda e na região torácica, à altura do peito.
- – Retirar a prótese dentária (dentadura), remover batom, esmalte das unhas, jóias ou bijuterias, e entregá-los à pessoa que o estiver acompanhando;
Como é feito o Estudo Eletrofisiológico?
Você chegará em horário pré-agendado com a equipe e procurar a recepção para internação, lá você será encaminhado para o primeiro andar, onde aguardará até ser encaminhado para hemodinâmica onde será realizado o exame.
Chegando à sala de exames, será recebido pela equipe de enfermagem e anestesia que irá prepará-lo para o procedimento. Você será conectado a alguns monitores (monitor de eletrocardiograma, aparelhos de pressão arterial, frequência cardíaca e respiratória).
O procedimento é acompanhado por um anestesista, portanto você receberá uma sedação para ficar mais confortável. A enfermagem irá fazer a limpeza da pele utilizando solução anti-séptica na região da virilha direita e esquerda e na região torácica.
O médico irá fazer a anestesia local na região da virilha direita ou esquerda e ocasionalmente no lado direito do pescoço, mas você já estará dormindo. Nesses locais serão introduzidos cateteres na veia e/ou na artéria, que serão levados até as cavidades direita e/ou esquerda do coração, guiados pela imagem radiológica (raios X).
Esses cateteres captam os sinais gerados pela atividade elétrica do coração, que são registrados em aparelhos especiais.
O estudo eletrofisiológico dura aproximadamente uma hora. Ao término do procedimento, será feita compressão no local da punção por 10 a 15 minutos. A seguir, você será encaminhado para a sala de recuperação.
Após o procedimento
- – Será feito um curativo especial no local da punção (virilha), sem precisar dar pontos.
- – Você deverá permanecer em repouso absoluto com a perna imobilizada por 4 horas, conforme orientação médica e da enfermagem.
- – Informe a enfermeira se estiver com dor, calor ou sangramento no local da punção.
- – A alimentação será liberada quando você estiver bem acordado.
- – A pressão sanguínea, o pulso e o local do curativo serão examinados atentamente pela enfermagem.
- – Evite esforços excessivos por um período de 24 horas.
- – Na semana após o procedimento, pode aparecer hematoma na região da virilha, onde os cateteres foram inseridos. O hematoma pode descer para as pernas ou para a região genital. Geralmente, ele desaparece sozinho em 2 semanas. Se hematoma aumentar, ficar dolorido ou muito quente, entre em contato conosco.
Na alta hospitalar
- – Você será orientado pela enfermeira quanto aos cuidados com o local da punção, não havendo necessidade de refazer o curativo. Apenas lave-o com água e sabão, mantendo-o sempre seco e limpo.
- – Tome somente os remédios receitados pelo seu médico.
- – O retorno ao trabalho geralmente ocorre dentro de uma semana, mas será confirmado com seu médico.
- – Você receberá um relatório completo contendo as informações sobre tudo o que foi realizado.
No Dia do Procedimento:
1 – Não pare de tomar o Anticoagulante. Tome o anticoagulante normalmente no dia anterior ao procedimento. Só não tome o remédio no dia da ablação!
2 – Jejum absoluto de 6h
3 – Receita das medicações que está tomando
4 – RG e carteira do convênio
5 – Objetos pessoais de higiene
6 – Vir acompanhado
Trazer:
– Avaliação do Anestesista
– Termos de Consentimento Assinado
– Exames e laudo anteriores